Orgânico

Tuesday, August 09, 2011

AGRICULTURA FAMILIAR

Agricultura familiar é aquela feita por famílias que detém até quatro módulos (aprox. 4 alqueires mineiros ou 18 hectares). A terra pode ser própria, arrendada, por parceria, meeiro, por plano de reforma agrária etc. São cerca de 30 milhões de pessoas no Brasil, envolvidas diretamente com esta atividade. Os membros da família são responsáveis pelo cultivo da terra de onde vem no mínimo 70% de sua renda. A única ajuda que recebem do governo é através do PRONAF. O PRONAF é uma linha de crédito de ajuda ao agricultor com crédito subsidiado para custeio, aquisição de equipamentos, veículos etc. É o que melhor se fez até hoje para o pequeno produtor, mas ainda é muito pouco. Em muitas regiões o acompanhamento técnico deficiente, dificuldades na comercialização da safra e a falta de uma política de preços mínimo acabam levando o pequeno produtor a inadimplencia. Ainda é um tratamento injusto com quem é responsável por mais de 65% do alimento que chega a mesa dos brasileiros.
Na cidade as pessoas quando se fala em agricultura misturam tudo. O agricultor familiar é representado no congresso por poucos deputados e senadores que ali chegaram através de partidos populares, associações e sindicatos. Por outro lado o Agronegócio mostra sua força através da Bancada Ruralista formada por grandes empresários ligados ao campo que chegaram até alí pelo poder econômico, prestigio político e por que não, ajuda midiática.
O agronegócio está focado principalmente nas exportações, é o produtor de comodities como algodão, soja, milho etc. Tanto o Agronegócio, quanto a Agricultura Familiar são muito importantes, mas quem bota comida na mesa do brasileiro é o agricultor familiar.
Nos Estados Unidos a agricultura de um modo geral é subsidiada. Para se ter uma idéia, na Flórida a média em m2 de estufa por agricultor são 250m2. Com uma estufa de 250m2 se consegue no limite de utilização 4000 pés de alface/mes por exemplo. Se êste agricultor lucrasse líquido US$0,30 /pé de alface ele teria US$1.200,00. Dinheiro insuficiente para ele sobreviver nos Estados Unidos a menos que a mãe USDA (United States Department of Agriculture) o ajude com subsídios. Infelizmente no Brasil investir na produção, política de preços mínimo e subsídios quando necessários estão longe da realidade. Posso falar por experiência própria, em 2008 comecei um pequeno negócio na pecuária de leite. Investi em gado da raça jersei, gado pequeno, rústico, manso e muito produtivo. O negócio ia muito bem, até o periodo da seca (de abril a setembro) quando chove, chove muito pouco, neste ano nem choveu. Neste período o gado é alimentado por capim extraido de capineiras cultivadas, capim este, com baixissimo teor proteico, como suplemento alimentar grandes quantidades de soja e milho são necessárias. Dada a escasses, neste periodo o preço do leite sobe, mas não foi o que aconteceu este ano. Ao invés de dar subsídio ao agricultor para manter os preços baixo, o governo preferiu importar grande volume de leite do Mercosul, e assim manter a oferta no mesmo nível. No meu caso, meu custo de produção era R$0,69 o litro, e era entregue a cooperativa por R$0,67. Por coincidência fiquei doente neste periodo, aproveitei, juntei tudo e cai fora. Pior para aqueles que estão no meio e não podem cair fora. Acabam vendendo suas vaquinhas para abate para cobrir o prejuizo.

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posted by Francisco R. Neto at 7:05 AM

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